top of page

 

Death Metal Zine #18

 

 

 

 

 

 

 

 

 

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

 

 

 

01 – Ao som de Nocturnal Ancient Forest iniciamos essa maldita entoação. Antes de qualquer coisa quero agradecer pela atenção em responder essas perguntas ao Zine Death Metal. Agora me fale, como foi que surgiu essa horda e quais eram os propósitos da mesma perante o underground?

 - Nephal: O Labyrinth Spell é uma banda surgida em meados do ano de 2000. Já estamos no movimento underground há um bom tempo e passamos por muita coisa. Sempre fomos muito ligados à música e a criação da banda foi um processo natural, de convergência de ideias e sentimentos por pessoas que compartilhavam um propósito. Nossa proposta foi sempre executar uma forma suprema, negra e extrema de metal, dando vazão ao nosso lado pessoal. Antes de tudo, queremos agradar a nossas expectativas. Atingir o público em geral é uma consequência que, embora relevante, não nos guia. Trabalhamos de forma independente. A banda representa um conceito de caos existencial, a escuridão primordial, o oculto, o lado negro e bestial da natureza. Externamos nosso ódio e desprezo pelo Cristianismo e por qualquer outra forma de fraqueza e decadência na humanidade. Não estamos relacionados à política e outras ideologias específicas que querem se propagar através da música. A banda é vista por nós como uma manifestação artística e pessoal, em uma busca interior, que é melhor expressada na própria atmosfera musical e não em palavras ou frases de efeito. É a exaltação e o culto do ser insano e errático que reside no âmago de cada um de nós. É o encanto do labirinto.

 

02 – Já são 13 anos de atividade e até então foram proclamados dois trabalhos, correto? Sendo eles a primeira demo auto intitulada e a maravilhosa demo DCLI, nos diga um pouco sobre cada material?

 - Nephal: Na verdade, a banda foi formada há cerca de treze anos atrás, mas passou por um longo período de inatividade. Até então lançamos duas demos. A primeira é auto intitulada e foi lançada em 2000, pela formação original da banda. É um material que reflete muito a época em que foi produzido e a influência musical que tínhamos na ocasião. A demo traz elementos de um som mais ríspido, caótico e cru, mas também tem momentos que remetem a um clima pagão. É um material que ainda aprecio muito, por sua peculiaridade. Após o retorno da banda, já no ano de 2010, lançamos a segunda demo, intitulada DCLI. É um black metal mais tradicional, com passagens intensas e odiosas. Mas sempre tentamos acrescentar alguns elementos mais contemplativos e atmosféricos, criando um som único e original. Essa sempre foi uma característica musical da banda, que está presente até hoje. Acredito que nossa música está em constante evolução e redefinição, sem se pautar por rótulos ou limites pré-estabelecidos.

 

03 – Em 2005 a banda teve a perda de um dos integrantes, quais foram às causas da morte do baixista Kern? Além dessa perda a banda já teve outras mudanças na formação por saídas de integrantes, acredita se que isso tenha acrescentado na desenvoltura da horda?

 -Nephal: A morte de Gustavo Kern não teve relação com a mudança de formação da banda. Ele morreu anos depois de ter passado pelo Labyrinth Spell, durante o período de inatividade da banda. Kern foi vítima de um inesperado e trágico acidente automobilístico. Felizmente, o verme que deu causa ao evento não mais habita este mundo.

A banda foi formada originariamente em meados do ano 2000, por Nephal, Avernalis e Kirius, que foram as pessoas que idealizaram o projeto. Na época, contamos com a relevante participação do próprio Kern e de King Wyrd Albiorix. Depois do lançamento da primeira demo, tivemos que suspender as atividades, por questões pessoais que impossibilitaram a continuidade. Cada membro seguiu seu caminho musical próprio. No ano de 2009, Nephal e Avernalis resolveram reviver a banda, pois pretendiam justamente resgatar a essência e a proposta original. A banda nunca foi considerada completamente encerrada. Com o retorno, novos membros foram angariados. Duk entrou primeiro. Na sequência veio Thyrmr. Daí lançamos a segunda demo. Logo depois Laurus Henfestus ingressou na banda e contribui por um período muito importante para nossa consolidação, até sua saída recente. Por fim, contamos com a entrada de Pagan Warrior, que veio para completar nossa formação atual, que julgamos a ideal. Todos os membros que passaram pela banda são pessoas experientes, que respeitamos e admiramos, e certamente tiveram grande contribuição. Valorizamos muito o trabalho em conjunto e nutrimos, acima de tudo, uma relação de amizade. A banda pertence a todos os membros, que participam ativamente das decisões. Não é o reflexo de ego de alguém. É assim que trabalhamos.

 

04 – Na demo que tenho em mãos DCLI  dentre as 3 musicas uma delas mais me chamou atenção, Thy Hands. Poderia falar um pouco sobre esse hino?

 - Nephal: Thy Hands é uma música composta por Avernalis. Representa bem nossa sonoridade neste período da segunda demo. É uma música simples, mas intensa, com melodias ríspidas e que trazem uma sonoridade que remete ao black metal tradicional. A letra é uma referência ao espírito de guerra e destruição de nossos inimigos. Versa sobre o derramamento de sangue e ao ódio destilado no campo de batalha, rumo ao triunfo satânico.

 

05 - O estado capixaba tem sido o expoente de boas bandas do underground, porém em contrapartida é observada uma tamanha desunião e rixa por parte dos bangers, que acredito ser maior do que qualquer outra região do país, ou talvez eu possa estar enganado. Haveria uma razão plausível para isso?

 - Nephal: Não acredito que os problemas daqui sejam muito diferentes em natureza ou intensidade do que se vivencia em outros locais do país. O ES é um estado pequeno em termos de tamanho e população e o movimento relacionado ao metal extremo também é bem restrito, composto de poucas pessoas e bandas. Isso faz com que as eventuais divergências e rixas fiquem mais aparentes. De toda forma, prefiro adotar uma postura de distanciamento desses embates pessoais, que julgo, em geral, desnecessários e não produtivos. As bandas devem ser conhecidas por suas músicas, por suas letras, pela qualidade de suas apresentações e pela consistência e lealdade de seus membros e suas ideias. A melhor forma de desprezar uma pessoa ou uma banda falsa é ignorá-la por completo do cenário, fazendo com que seja relegada ao ostracismo. Minha experiência pessoal nestes quase quinze anos de metal extremo indica que aquelas pessoas que mais fazem barulho e se julgam reais são as mesmas que, com o passar do tempo, largam o movimento e são cooptadas por religiões ou outras formas de manifestação de fraqueza e imbecilidade humana. Nada como o passar do tempo para colocar as coisas no seu devido lugar. O Labyrinth Spell sempre teve uma postura mais reservada, evitando fomentar intrigas banais e críticas a outras bandas. Eu prefiro ignorar os embates e, portanto, não tenho muito conhecimento sobre algum caso específico. De toda sorte, fazer metal extremo no ES é muito difícil, pois o estado não apresenta características gerais que facilitam o processo como um todo. Tenho a tendência de valorizar e prestigiar a atitude daqueles que tentam fazer algo construtivo para o cenário.


06 – O Labyrinth Spell em todo esse período de atividade tem se mantido um pouco restrito da cena pelo que se percebe, tendo lançado até então essas demos e se apresentado poucas vezes ao vivo. Isso é proposital ou é devido ao fato de não haver muitas oportunidades para a banda?

 - Nephal: Como já ressaltado, tivemos um longo período de inatividade, o que certamente contribuiu para a baixa divulgação da banda. De toda forma, desde que retomamos o projeto, nunca traçamos como objetivo central uma maior divulgação da banda. As demos são repassadas em pequena quantidade, para as pessoas mais próximas e que demonstram interesse. Da mesma forma, preferimos tocar em eventos selecionados, evitando exposição demasiada de nosso som. Nos últimos anos, tivemos a oportunidade de tocar em dois eventos no vizinho estado de Minas Gerais, em Governador Valadares e em Belo Horizonte, que foram boas oportunidades de divulgação. Esperamos que, em breve, possamos tocar aqui no ES, em nosso território de origem, o que está perto de se concretizar até o final do ano. Nossa meta principal foi encontrar uma formação ideal e as condições certas para desenvolver um bom trabalho. Acredito que, finalmente, estamos com as pessoas certas na banda e os próximos passos serão mais marcantes em termos de divulgação. O reconhecimento virá como uma consequência natural. As oportunidades estão ai para aqueles que procuram.

 

07 – De qualquer forma anseio por um novo lançamento da banda, vocês já estão preparando um próximo lançamento? O que poderia nos adiantar a respeito?

 - Nephal: Atualmente estamos fazendo os últimos ajustes para o lançamento de um novo material. Será um disco completo, nosso “debut”, que será denominado “Mountains Enthroned”. O material terá ao todo sete músicas, sendo cinco composições inéditas e duas regravações de nossa última demo. Acredito que o disco será possivelmente divulgado já no mês de setembro próximo. Todo o processo de gravação e mixagem, além da arte gráfica, foi desenvolvido pelos próprios membros da banda, de forma independente. Embora tenha sido um trabalho demorado e desgastante, queríamos obter um resultado final que fosse fruto de nosso próprio esforço, sem a intervenção de estranhos, com um clima que remetesse ao cenário “underground” e as bandas “old school”. Estamos satisfeitos com o material, que significará uma nova etapa para a banda. As músicas novas estão mais trabalhadas e complexas, explorando algumas características sonoras diferentes, mas sem perder a essência característica da banda.

 

08 – Voltando a falar da demo DCLI, gostaria que me falasse de qual forma podemos associar esse titulo com a arte da capa? Aproveitando o gancho do quesito arte, quem foi o responsável pela criação do logo da banda?

 - Nephal: Quanto ao título da demo, DCLI é uma homenagem póstuma ao nosso amigo Kern. A própria arte gráfica da demo revela qual é o significado do número. Vou deixar a resposta, em aberto, para aqueles que tiverem acesso ao material. O logo original da banda foi desenvolvido por Kirius, que participou de nossa primeira formação. Atualmente, não mais usamos esse logo. Um novo logo foi desenvolvido por Pagan Warrior, atual membro. Acredito que o novo logo melhor reflete a atual fase da banda, muito embora ainda tenhamos muita admiração pelo logo original, que certamente fará parte da história da banda. Gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir a divulgação do novo logo.

 

09 – Por fim, deixo as ultimas palavras com você, fale o que quiser e não esqueça de deixar os contatos para que os maníacos que no momento estão lendo possam entrar em contato!!! - 

 - Nephal: Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de divulgação e registrar minha admiração e apreço pelo zine. Para aqueles que desejam adquirir as demos da banda ou o novo disco que está prestes a ser lançado, peço que entrem em contato através do email labyrinthspell@hotmail.com. Estaremos repassando os materiais a preço de custo. Para encerrar, invoco minhas sinceras saudações a todos aqueles que contribuíram com o Labyrinth Spell nestes anos de luta e que, de alguma forma, ainda têm dado suporte e crédito à banda. Hail!

 

 

RETORNO

 

 

bottom of page